sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Rádioescola, um recurso pedagógico.


Na área educacional, as novas tecnologias potencializam as mais antigas, integrando-se a elas e proporcionando uma democratização da produção e recepção do conhecimento e das informações.
            A interatividade cada vez maior dos meios de comunicação exige o desenvolvimento de habilidades específicas dos que dela fazem uso. Caso contrário, aparecerá uma nova forma de exclusão social: o analfabetismo dos meios de comunicação.
            No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/06, as Diretrizes Curriculares e os Parâmetros Curriculares Nacionais incluem os meios de comunicação social no espaço escolar, propondo ao educador trabalhá-los interdisciplinarmente.
            Interagir com as lideranças de uma instituição escolar é uma tarefa que requer fundamentação teórica, capacidade de comunicação, conhecimento sobre a comunidade escolar, entre outros elementos constitutivos da escola. As ações devem estar voltadas à formação da comunidade escolar (núcleo gestor, alunos, professores, grêmio...), para que compreendam a necessidade de incluir a comunicação no currículo, bem como a importância da implantação e gestão da rádio no espaço escolar enquanto recurso pedagógico, político e transformador.
                        A  Radioescola  pode  contribuir  com  a  educação  escolarizada  desde  que  a  escola  saiba  utilizá-la  de  forma dialógica. É imprescindível que o trabalho radiofônico esteja voltado ao contexto sociocultural sem perder de vista a formação da consciência crítica do aluno emissor/receptor.
            Pesquisas confirmam que a produção e a locução de programas para a Radioescola contribuem para que o aluno (produtor/locutor) desenvolva as habilidades de produção de textos e fluência verbal.  Além de possibilitar que o aluno se conscientize de seu verdadeiro papel como cidadão, quando participa do contexto social para transmitir informações aos colegas da escola.  Para que isso aconteça, ele precisa defender e cumprir direitos e deveres, ter responsabilidade e respeito com os colegas, ouvintes e fontes quando divulga informações pela Radioescola, o que configura o exercício e o desenvolvimento da cidadania.
 
(...) O ponto de partida da educação é reconhecer que os espaços e instituições formais de ensino somente preenchem uma parte do processo educacional.  Os meios de comunicação são espaços altamente significativos de educação, porque estão próximos da sensibilidade do homem de hoje, e porque  são  voluntários.  (...) os meios educam, não só sobre conteúdos e valores, mas também educam para a sensibilidade (para sentir de uma determinada forma concreta e não abstrata) e educam para expressar-se plasticamente, com imagens, com rapidez, de forma sintética. A escola tem que se educar para os meios e não tentar domesticá-los, incorporá-los como complemento do seu projeto pedagógico. A escola precisa mais dos meios de comunicação do que estes da escola (Moran, 1993, p. 182).

            O empenho dedicado ao trabalho possibilita o conhecimento de mais um instrumento eficaz no processo ensino e aprendizagem: a rádioescola.
            Portanto, acredita-se que o objetivo primordial de projetos como esse seria promover o crescimento crítico e social da comunidade escolar, pois geram inquietações, reflexões e propõem mudanças relativas à sua formação. E não apenas pelo tempo de permanência curricular na escola, mas pelo interesse de crescimento e formação contínua da escola.

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