quinta-feira, 31 de março de 2011

UAB e ensino a distância: compartilhando experiências


acesso tecnologia

Esse texto foi  produzido para postagem no ambiente da UAB, numa das tarefas do curso de capacitação de tutores. Dedici socializar esse conhecimento com os colegas leitores. É um texto destinado ao profissional pós universitário, professores tutores, que não devem ir a campo sem antes conhecer a realidade da educação brasileira, em locais onde alguns recursos necessários ao desenvolvimento técnico e humano ainda não estão disponíveis. Recursos como a tecnologia devem estar a favor das pessoas e não representarem um meio de difícil acesso à novas descobertas que podem garantir o seu desenvolvimento e crescimento social.

Segue no final deste texto, link para acessar trecho do filme "Pro dia nascer feliz". Por favor, assistam, pode ser um norte para nossa linha de reflexão.
O referido filme mostra a realidade de alguns locais, provável realidade de algumas escolas as quais poderíam funcionar pólos de Educação a Distância. Não vi essas características nos pólos onde funcionam os cursos da UAB IFCE mas, acredito que flagrantes como os exibidos no filme são fatos reais no Brasil, especificamente, no Nordeste, e estão aí gritantes em nossos ouvidos e pulsantes aos nossos olhos, nos incitando para "a" reflexão e tomada de atitude.
Grande parte dos estudantes ao saírem da Universidade, não conhecem essa realidade nem passam por uma formação que lhes possibilite uma atuação eficaz diante dos fatos. Falo de formação humana. A vivência dessa realidade é imprescindível para que o estudante possa se identificar (ou não) com a sua futura profissão. Evidentemente, veremos escolas com uma estrutura melhor, mas não podemos fechar os olhos para a estrutura das escolas denunciadas no filme.

O professor educador deve conhecer a realidade brasileira como um todo. E deve escolher se atua ou não nesse cenário.

Se a opção for continuar a luta, se o professor escolher buscar a tomada de decisão diante do cenário educacional brasileiro, então precisa ser firme, pois não será nada fácil. As dificuldades serão diversas. Nunca houve, de acordo com Marx, processo de luta e de mudança passivos. É no enfrentamento que cada um conseguirá fazer a sua parte, encenando o seu papel e marcando a sua passagem na história das mudanças na educação do Brasil.

Não me refiro a cada um do seu jeito ou cada um no "seu quadrado". Não se trata desse discurso.

A mudança de postura só será possível com a união de todos os educadores. Isso já foi tentado em outro momento, no Manifesto dos Pioneiros da Educação. Ah, e porque não deu certo? Porque ainda estamos aqui discutindo sobre melhorias na Educação?

Talvez a falta de estrutura e de um pouco mais de entendimento político tenham contribuído para nossa realidade educacional.

Além da união de classes, é necessário que os educadores tenham uma compreensão das políticas que norteiam o processo educacional, as quais devem estar voltadas para a (re)estruturação da Educação no Brasil.

Alguns educadores têm essa compreensão mas, não refletem sobre as consequências que a falta de postura resulta e vem resultando desde o início da história da educação no Brasil.

Caríssimos, o argumento de defesa "estamos nessa porque somos resultado de um processo histórico" não convence mais. Estamos com a faca e o queijo, melhor dizendo, estamos com a legislação e os recursos na mão. Muito mal administrados por sinal. Se fosse diferente, teríamos em nossos pólos estudantes com o conhecimento necessário para manusear e dominar as diversas ferramentas que o sistema disponibiliza para a formação superior e profissional.

Afinal de contas, os recursos estão para as pessoas ou as pessoas estão para os recursos? Ou nada disso "procede"? Será que os recursos tecnológicos estão para os poucos que já os dominam ou para os muitos que não sabem como manuseá-los para o seu próprio benefício?

Refletir sobre essas questões é preciso. Atuar diante dos fatos é imprescindível.

Caríssimos, assistam ao filme. Pode ajudar em nossas reflexões.
Endereço do filme (TRECHO): http://www.youtube.com/watch?v=74jokEl7RQ

sábado, 19 de março de 2011

A organização e união das pessoas modificam realidades




Discutindo experiências sobre assédio moral.

“O Direito não tem como reparar o dano que a vítima sofreu na alma” (Dra. Giselle Bondim, Juíza do Trabalho). "É inegável que o assédio moral ocasiona danos à imagem, à honra, à liberdade do trabalhador (art. 5º, V e X, CF), logo, a sua reparação é questão de justiça (art. 186, CC).

            De acordo com a professora da Universidade do Recôncavo da Bahia e Doutora em Psicologia Social, Terezinha dos Santos Souza, "O trabalho é o que nos mantêm vivos enquanto espécie humana, não podemos aceitar naturalmente que o assédio moral continue deixando pessoas doentes". A prática, segundo ela, vem aterrorizando os trabalhadores. Na iniciativa privada, o trabalhador é demitido, no serviço público, ele muitas vezes convive com o problema por anos ou é transferido para lugares distantes.

Segundo Terezinha, o assédio moral nos locais de trabalho está relacionado com o poder: "O assédio nasce na concepção de que alguém detém o poder sobre o trabalho do outro". Por isso, ela sugeriu que a forma de distribuição do poder não deveria ser discricionária. Alguns servidores apontaram que os critérios utilizados para a distribuição das Funções Comissionadas e falta de um plano de carreira estimulam o assédio nos locais de trabalho.

A saída para o trabalhador, de acordo com Terezinha, é a organização e a solidariedade. "Em cada lugar o poder tem uma cara", disse. Para ela, a prática só acabará quando as relações de trabalho entre os seres humanos não forem baseadas na exploração. 
Cláudio Klein, coordenador da Fenajufe de trabalhadores do Judiciário do Uruguai e da Argentina, destacou que os casos de assédio não podem ser encarados como questões individuais. "Quando há um colega passando por uma situação de assédio, o problema não é só dele". Ele acredita que o assédio só diminuirá se todos se solidarizarem e compara o combate às campanhas antitabagismo. "Hoje não fumamos mais em lugares públicos. Mas isso só foi possível porque as pessoas que se incomodavam cobraram isso". Klein lembrou ainda que o assédio está relacionado ao autoritarismo presente na instituição, onde não há espaço para debate.

Sergio Nuñez, representante da Associação dos Funcionários do Judiciário do Uruguai – AFJU, afirma que A busca por produtividade crescente "leva o trabalhador a deixar de exercer a função social que ele deveria cumprir". Para ele, a relação de subordinação em si já é violenta e, somada ao critério da produtividade, provoca conseqüências terríveis para o trabalhador.

"A problemática é praticamente igual, por isso temos que trocar nossas experiências concretas", afirmou Rafael Rubio, da Federação Judicial Argentina - FJA. Ele acredita que o combate ao assédio moral nos locais de trabalho é tão importante quanto lutar por melhores salários e condições de trabalho. (Encontro do Cone Sul durante o Fórum Social Mundial)
Eu vos falo agora:
O melhor sorriso, a constante dedicação, o melhor texto revisado inúmeras vezes, paciência para pessoas impacientes, tolerância para pessoas intolerantes, abrir mão  do descanso em prol de que algo acorde, momentos de renúncia da vida pessoal para o pulsar de objetivos “comuns”. Fazemos isso diariamente. Fazemos?
Contribuir com aplicação dos pilares da sociedade humana - EDUCAÇÃO, SAÚDE, SERVIÇO PUBLICO, etc. - é uma oportunidade engradecedora e prazerosa. Profissionais que passam anos em uma instituição de ensino superior preparam-se para difundir os preceitos de sua formação e a aplicação destes no mundo.  

O que esperar do profissional de educação no convívio social (institucional familiar, profissional, entre outros)?
Resposta: o mesmo que você esperaria de qualquer pessoa.  Espera-se mais desse profissional pelo fato de sua formação: em EDUCAÇÃO.   De um professor, educador, ou qualquer membro da lida com a educação, espera-se atitudes no mínimo mais nobres ou corretas que de outros profissionais.  Ledo engano. Práticas administrativas, decisões corporativas, até concorrência predatória, lapidam esse profissional não como jóias  mas, como armas de guerra. Uma guerra fomentada pela corrupção.

Nesse pilar, nesse serviço, resguardam-se os profissionais habilitados para promover a real mudança no mundo. Ver esta tão nobre classe, senão a mais nobre, sofrer diminuição de sua importância dói e destrói. No entanto, o que dói mais é ver que muitas dessas ações são orquestradas por profissionais da educação, apoiados em instituições educacionais, que trocaram a meta da proliferação do saber, pela ganância desenfreada.

Relatos de profissionais da educação sofrendo abusos e desmandos de suas coordenações, diretorias e gerências de “educação”, estão ficando perigosamente mais comuns. Proteger a integridade física de uma pessoa em qualquer meio social é direito conquistado há muito tempo. Porém, a defesa da integridade moral e psicológica, inacreditavelmente, ainda é tema em pauta. Não foram formuladas leis nacionais que rejam essa relação, ficando a cargo dos estados alguma providência. Logo no Brasil, que propaga a perpetuação da alma por inclinação da crença religiosa. 

As agressões à moral de uma pessoa deixam mais sequelas e são tão graves quanto as agressões físicas, e isso é fato. Não se importar em conter essa pratica é covardia. É deixar o lobo tomando conta das ovelhas. Mas ovelha que é ovelha sabe berrar.  Essas linhas de indignação são de fontes bibliográficas e mais do que um alerta é um chamamento a reflexão.
E caríssimos, após a reflexão, o próximo passo é a AÇÃO.

Forte abraço a todos.
Maria das Dores Bezerra.


FONTE (Algumas Informações): Blog da Associação Reagir
 http://associacao.reagir.zip.net
A associação de Apoio aos Trabalhadores Vítimas de Assédio Moral no Trabalho, está fundada para atender a todos os trabalhadores (as) Vítimas desse mal.
Contatos: Francimary: (85) 8822-4428 - Conselheira Fiscal da Entidade.
a-reagir@hotmail.com/ alexandrebarroso32@hotmail.com

segunda-feira, 7 de março de 2011

QUASE inevitável.


De acordo com a Wikipédia, “dentro das "artes", a música pode ser classificada como uma arte de representação, uma arte sublime, uma arte de espetáculo”.  O site descreve diferentes perspectivas sobre concepções musicais:
A abordagem naturalista, por exemplo, afirma que a música não constitui arte e que passa a ser a partir de sua criação e expressão. Por outro lado, as abordagens funcional, artística e espiritual defendem a música como uma atividade humana que tem como condição necessária de existência dois elementos essenciais: o compositor e o ouvinte com o objetivo único de compartilhar sentimentos, de comunicar. Assim, discorda da primeira vertente e define a música como “arte” no sentido estético e semiótico ao qual se destina.
Há ainda a definição social de música, que a descreve como um fenômeno social em suas mais diversas manifestações, apelando para o folclore, para o mito, a magia, para a sua sistematização, entre outros aspectos.
A definição negativa diz que a música não é uma linguagem normal, não é ruído e nem tampouco pode ser definida a partir de sua representação gráfica.
O fato é que, desde a pré-história, no paleolítico, a música é um fenômeno que perpassa a humanidade. Em determinado contexto da história da humanidade, não pode ser considerada como arte, pois usa intenção era imitar os sons naturais.  Em alguns casos, esta característica estava relacionada com crenças ou práticas xamânicas ou tinha as funções de entretenimento a partir do jogo e da caça e a prática para atrair animais.
Diante de tantas informações, as quais considero relevantes para qualquer pessoa, destaco mais uma válida para quem insiste em dizer não se interessar ou não gostar de música: todo ser humano traz um pouco de música dentro si e, mesmo que alguns não admitam, a música ambientaliza-se com o seu jeito de ser e de sentir ou pode ocorrer o contrário. Algumas pessoas se adaptam a função que determinado gênero musical representa para a sociedade. Há quem diga que é nesse ponto que a “coisa” começa a complicar!
Alguns “artistas” modernos apoiados na mídia sensacionalista sugerem suas pérolas, arranjos ora apelativos, ora  repetitivos apenas. É quase inevitável não ouvir e até mesmo não se deixar levar pela batida. Um exemplo recente é o refrãozinho “vou não, quero não, posso não, minha mulher não deixa não...”. Nessas circunstâncias, como proceder? Bem, eu disse QUASE inevitável.
Cantarolar determinada melodia ou apreciar o seu ritmo não que dizer que estamos deixando de valorizar música de qualidade.  Pelo contrário, devemos refletir, sempre que possível, sobre nossas preferências, inclusive as musicais. No entanto, não podemos fugir do sentir que é uma das principais características que nos tornam mais sensíveis e, portanto, mais abertos a compreender a constante evolução do mundo.
Estamos no mundo e por mais que defendamos nosso modo de pensar e agir, precisamos dar o braço a torcer ao “sentir”, afinal somos humanos, ora!
Não gosto da música apelativa, acredito que há formas e formas de se trabalhar ritmos que “mexam” com as pessoas, que as façam dançar e que as convençam a sair de suas casas para shows e festas, gastarem o seu dinheiro e passarem a noite toda acordadas.   No entanto, não fecho meus olhos nem faço de conta que sou uma parede quando o Tum Tum começa.  Me balanço mesmo! Cá entre nós, a indústria fonográfica sensacionalista sabe trabalhar.
Apesar disso, há uma distância enorme entre se deixar contagiar com um ritmo (que se escuta de trinta em trinta minutos nos aparelhos de som e/ou TV em volume máximo da vizinhança) a analisá-lo como uma obra musical.
Precisamos sentir a música, mas ao mesmo tempo, esta deve significar algo, deve comunicar algo. Há compositores, músicos arranjadores e executores, instrumentos, equipamentos que tornam a música concreta (ou abstrata). Esse processo ocorre para que alguém se expresse e um outro alguém possa compreender as idéias e palavras que partiram do mundo imaginário para o mundo real. A música precisa de um “ouvinte” que possa não apenas ouvir e sentir, mas que possa também interpretar ou não, ressignificar ou não o que está sendo externalizado.  Um processo que envolve sentimentos, emoções e intenções.
Sim, a música é também um meio de comunicação intencional.
Ouvir repetidas vezes, numa batida mais ou menos “agradável”, frases como “chupa que é de uva” ou “beber. cair e levantar”, é uma prática auditiva que passa de mensagem cantada à apropriação da mesma pelo ouvinte se o mesmo não for reflexivo nem usar a prática da “peneira”.  
Com base nessa última informação, é que a afirmativa “devemos refletir, sempre que possível, sobre nossas preferências, inclusive as musicais” ganha uma atenção especial.
Não é apenas o que estamos ouvindo (ou dançando), mas a reflexão necessária nesse sentido é: o que estamos aprendendo.
Tudo que aprendemos no presente reflete no tipo de mundo e de sociedade que queremos construir. Deixo o seguinte questionamento: queremos?
Se a resposta for positiva, chamo a atenção para o objetivo deste espaço. Saiamos do âmbito do discurso e partamos para a prática.
Quais as nossas preferências musicais? Que música nossos filhos estão ouvindo e porque estão ouvindo? Que exemplo de educação musical estamos praticando?
Convido os amigos a refletirmos um pouco mais sobre essas questões.

Por: Maria das Dores Bezerra.